Antes que você pense: “Nossa, filme infantil, vou ler nada disso não.”, PARE! Apesar de ter como público alvo crianças fazia um bom tempo que eu não ria tanto.
Enrolados é uma adaptação da antiga história de Rapunzel, com a torre, a princesa, a “bruxa”, etc. As mudanças começam quando a imagem do príncipe bonzinho é substituída pela de um ladrão, com nome “artístico” Flynn Rider. Como todo bom filme de princesas, um cara boa pinta, com uma modéstia quase nula, mas que no fundo esconde uma origem fodida! Enganador, traidor, mau caráter, mas que no final, pra variar um pouco, fica endireitado e se dá bem.
A tal “bruxa” no Enrolados é a mãe adotiva de Rapunzel que a capturou enquanto ainda era bebezinha para poder viver eternamente jovem com o poder de seu cabelo, advindo de uma flor mágica. Durante a maior parte do filme ela é um ser razoável, contrastando a vilã da história original. É uma perua/rogue (ela tem uma adaga) fingida filha da mãe que engana a doce menina dos cabelos dourados, que por acaso é idêntica à minha namorada (ganharei pontos se ela ler isso).
O humor fica, na maior parte do tempo, por conta dos figurantes do desenho, como na cena do bar, logo depois que Rapunzel deixa a torre. Vários vikings contanto seus sonhos idiotas através de uma música, típico da Disney, mas que foi hilário. O cavalo branco do exército do rei é um caso à parte, lembra-me o Burro do Shrek, como um mascote. Um animal superinteligente, branco, forte, que pra completar tem o nome de Maximus. A briga entre ele e Flynn (ou José, nome verdadeiro da adaptação brasileira (meu xará)) rendeu muitas risadas.
Eu tive que ver o filme dublado e uma coisa eu tenho que dizer: Luciano Huck, por favor, por favorzinho, fique só no Caldeirão. Ele dublou o Flynn e a atuação dele me lembrou a de um teatro infantil! Tá, é filme infantil.
Mas os outros personagens falaram normalmente, como se estivessem fazendo um filme pra pessoas de todas as idades e não somente pra crianças ou indivíduos com dificuldades de processamento cerebral grave. Umas entonações que dava vontade de sair da sessão, sinceramente.
Enfim, não vou ficar fazendo textos gigantes comentando o filme tim tim por tim tim. Os gráficos me impressionaram, o cabelo da Rapunzel (que no filme é liso e sem tranças) ficou muito mais real que aquelas escovas progressivas das outras princesas. Filme da Disney tem vilão, tem romance, tem cena emocionante e tem final feliz, pois afinal de contas, é para crianças. Mas pelo humor, vale a pena assistir.
Tirando o fato de que tinha um grupo de uns 12 homossexuais na sala de cinema em que eu estava, rindo alto, flertando com o Flynn em voz alta (¬¬), além de crianças que se assustavam com os vilões e davam gritos estridentes, eu me diverti muito. Na verdade, uma das criancinhas que adorava gritar estava do meu lado e, durante uma cena escura com a mãe da Rapunzel escondida, eu dei um pulo na cadeira pra assusta-la. Resultado: ela começou a chorar (#WIN), ganhei a noite e todos chora.
(TRAILER)
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